Gráfica de Indaiatuba é alvo de operação da PF que investiga quadrilha especializada em falsificar cigarros


No local foram apreendidos moldes para fabricação de embalagens de cigarro. Operação cumpre 59 mandados em cinco cidades. Operações investigam crimes de contrabando e sonegação de impostos na região
Uma gráfica de Indaiatuba (SP) é alvo de uma operação da Polícia Federal, que apura crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro no contrabando de cigarros. O estabelecimento recebeu mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (13).
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Segundo informações da polícia, o local é suspeito de fabricar embalagens para os cigarros. Na gráfica, os agentes apreenderam moldes para confecção de caixas e maços (veja a imagem acima). A ação faz parte da operação “Illusio”.

A investigação é realizada em conjunto com a Receita Federal e cooperação do Ministério do Trabalho, que também apura denúncias de trabalho análogo à escravidão. Ao todo, 59 mandados são cumpridos nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pará e Amazonas.
Operação Illusio: PF apreende moldes de caixas e maços de cigarro em gráfica de Indaiatuba
Polícia Federal/Divulgação
O que apontam as investigações?
Uma investigação da PF apontou que a quadrilha, chefiada por um empresário de Barueri, pegava trabalhadores no Paraguai e os levava para fábricas clandestinas em Divinópolis, onde eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão.
Os paraguaios ficavam trancados, tinham os telefones confiscados e eram impedidos de ter qualquer acesso ou contato com o mundo exterior. Eles sequer sabiam o local onde estavam, pois eram conduzidos até as fábricas com olhos vendados.
A distribuição dos cigarros falsos era feita em caminhões, onde os produtos eram escondidos atrás de cargas de calçados produzidos em Nova Serrana. Trabalhadores paraguaios foram resgatados. Também é cumprida medida de sequestro de bens e valores, contra 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas, num total de R$ 20 milhões.
Divinópolis (MG)
Itaúna (MG)
Nova Lima (MG)
Nova Serrana (MG)
Pará de Minas (MG)
Pitangui (MG)
São Gonçalo do Pará (MG)
Barueri (SP)
Carapicuíba (SP)
Indaiatuba (SP)
Osasco (SP)
Santana de Parnaíba (SP)
São Caetano do Sul (SP)
São Paulo (SP)
Taiúva (SP)
Nova Ipixuna (PA)
Além de atuar na falsificação e contrabando de cigarros de marcas paraguaias, a quadrilha também é investigada por descaminho de maquinário utilizado na fabricação de cigarros, tráfico de pessoas, trabalho escravo, falsificação e uso de documentos falsos, crime contra as relações de consumo, crime contra os registros de marcas e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, os presos responderão por um ou mais dos seguintes crimes elencados com as respectivas penas máximas:
organização criminosa – 8 anos
contrabando de cigarros – 5 anos
descaminho de maquinário – 4 anos
tráfico de pessoas – 8 anos
trabalho escravo – 8 anos
falsificação e uso de documento particular falso – 5 anos
crimes contra as relações de consumo – 5 anos
lavagem de dinheiro – 10 anos.
O nome da operação se refere a ilusão, uma vez que os cigarros falsificados eram vendidos ao consumidor final como se fossem cigarros contrabandeados, ou seja, produzidos no Paraguai.
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