Ele e outros 27 paraguaios foram encontrados em condições análogas à escravidão em fábricas clandestinas de cigarros em Divinópolis e Nova Lima. Operação ‘Illusio’ cumpriu mandados em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pará e Amazonas. Paraguaio conta como era o trabalho em fábrica clandestina de cigarros em Divinópolis
Um dos trabalhadores paraguaios resgatados em fábrica clandestina de cigarros em Divinópolis durante a operação “Illusio”, na terça-feira (14), aceitou conceder entrevista à TV Integração.
Ele, que preferiu não ser identificado, contou que espera retornar ao Paraguai o mais rápido possível para reencontrar a família.
“Quero ver minha família. Quero voltar [ao Paraguai] o mais rápido possível. Quando chegarmos lá, estaremos com nossas famílias, estaremos melhor”, ressaltou.
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A operação
A operação, deflagrada pela Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal e com a cooperação do Ministério do Trabalho, resgatou 28 paraguaios, sendo 14 deles em Divinópolis e outros 14 em Nova Lima, e dois brasileiros em condições análogas à escravidão. Assim que os procedimentos de resgate forem concluídos, será providenciado o retorno dos trabalhadores ao Paraguai.
A “Illusio” também cumpriu diversos mandados em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pará e Amazonas. Dos 24 mandados de prisão, 16 pessoas foram presas. Entre elas, o chefe da quadrilha, um empresário de Barueri (SP), foi encontrado em uma fazenda em Marabá (PA). O nome dele não foi divulgado.
A ação ainda cumpriu uma medida de sequestro de bens e valores, contra 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas, totalizando R$ 20 milhões. Também houve a apreensão de 11 veículos, sendo 6 deles de luxo, e mais de 3 milhões de maços de cigarros.
Alojamento onde estavam os paraguaios
Valquíria Souza/TV Integração
Outros detalhes da investigação
Uma investigação da PF iniciada há um ano descobriu que a quadrilha, chefiada por um empresário de Barueri, aliciava trabalhadores do Paraguai e os levava para fábricas clandestinas na região de Divinópolis, onde eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão.
Os paraguaios ficavam trancados, tinham os telefones confiscados e eram impedidos de ter qualquer acesso ou contato com o mundo exterior. Eles, que ficavam sob vigilância armada, sequer sabiam o local onde estavam, pois eram conduzidos até as fábricas com olhos vendados.
A distribuição dos cigarros falsos era feita em caminhões, onde os produtos eram escondidos atrás de cargas de calçados produzidos em Nova Serrana.
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O delegado explicou que o Ministério do Trabalho está tomando as providências em relação ao retorno e pagamento dos direitos trabalhistas deles.
“A investigação vai continuar em parceria com a Receita Federal, que vai fazer o levantamento sobre o maquinário e insumos apreendidos para ser juntado ao inquérito. A partir de agora vamos tentar desdobramentos em relação a bens e contas utilizadas por essa organização criminosa”, finalizou Silva.
Operação Illusio em Divinópolis
Valquíria Souza/TV Integração
Cigarros apreendidos na Operação Illusio
Polícia Federal/Divulgação
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‘Quero ver minha família’, conta trabalhador paraguaio resgatado em fábrica clandestina de cigarros em Divinópolis
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