Fraude no setor de insumos de calçados no Centro-Oeste de MG pode ter causado prejuízo superior a R$ 40 milhões aos cofres públicos

Investigação também apontou que milhões de pares de calçados são vendidos, por mês, de forma irregular na região. Operação ‘Resina’ cumpriu mandados em Nova Serrana, Araújos e Jundiaí (SP). Força-tarefa faz operação contra fraude milionária no setor de insumos de calçados
A operação “Resina Dura”, que investiga fraudes tributárias e lavagem de dinheiro por um grupo que fornece insumos para a fabricação de calçados no Centro-Oeste de Minas, revelou que o esquema criminoso pode ter causado um prejuízo superior a R$ 40 milhões aos cofres públicos.
A investigação também apontou que milhões de pares de calçados são vendidos, por mês, de forma irregular na região.
“Pela leitura que temos, esse setor tá gerando, possivelmente, cerca de 3,6 milhões de pares calçados irregulares na região Centro-Oeste de Minas”, afirmou o delegado fiscal de Divinópolis, Montovany Ângelo de Faria.
A investigação começou em 2022, quando o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) descobriu um esquema que usava diversas empresas de fachada e “laranjas” para comprar resina no estado de São Paulo, sem emissão de nota fiscal ou com notas fiscais subfaturadas.
Chegando à região Centro-Oeste de MG, o material era colocado em galpões clandestinos e difundido no setor, principalmente de Nova Serrana, que tem o maior número de fabricantes do setor no estado.
“Foram constituídos créditos tributários, os valores foram parcelados, mas, depois, essas empresas deixaram de pagar. A partir disso, foi feita uma investigação, sendo deflagrada essa operação”, contou Eduardo da Silva Mendonça, superintende regional da Receita Estadual em Divinópolis.
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Na quinta-feira (1º), uma força-tarefa cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em Nova Serrana, Araújos e Jundiaí (SP). Cerca de dez pessoas estão sendo investigadas.
Os alvos foram as residências dos gestores do grupo econômico que se beneficia da fraude, dos membros da quadrilha, e as empresas utilizadas no esquema. A Justiça também concedeu o sequestro de 21 veículos e 55 bens imóveis dos investigados.
“Vamos analisar todo esse material coletado, produzir relatórios, para que o inquérito policial seja finalizado e iniciada a fase de ação penal, por meio de denúncia do Ministério Público”, disse o promotor de Justiça Rodrigo Storino.
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Operação Resina Dura
MPMG/Divulgação
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MPMG/Divulgação
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