Jovem com a ‘pior dor do mundo’ já sofreu dois Ataques Isquêmicos Transitórios causados por crises de dores intensas


Carolina Arruda sofreu os AITs em menos de dois anos devido à neuralgia do trigêmeo. Relato faz parte de uma série de revelações feitas em vídeos divulgados nas redes sociais. Carolina Arruda tem neuralgia do trigêmeo, doença que causa a “pior dor do mundo”
Arquivo pessoal/Carolina Arruda
Entre os relatos de abusos divulgados em vídeos recentemente, a jovem Carolina Arruda também contou que teve dois Ataques Isquêmicos Transitórios (AITs) por conta das dores causadas pela neuralgia do trigêmeo, doença que causa a “pior dor do mundo” e que ela enfrenta desde os 16 anos de idade.
O AIT é um bloqueio temporário da passagem de sangue para o cérebro. Seus sintomas duram poucos minutos e o AIT não causa lesão cerebral permanente.
Normalmente, a condição dura menos de uma hora e é como se fosse um alerta de que algo mais grave pode estar para acontecer: um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que é popularmente conhecido como “derrame” e que costuma deixar sequelas.
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Segundo Carolina, o primeiro AIT foi em 2017, durante uma prova na faculdade de medicina veterinária em Bambuí, onde mora.
“Eu comecei a me sentir mal e percebi que meu rosto estava ‘caindo’. Além disso, estava perdendo a força no braço esquerdo. A própria faculdade me encaminhou para o hospital. Lá, fizeram uma ressonância e detectaram que foi um Acidente Isquêmico Transitório. Fiquei com muita perda de força do lado esquerdo”, detalhou.
Dois anos depois, em 2019, Carolina sofreu outro AIT devido às fortes dores que tentava minimizar com medicamentos.
“Estava voltando da faculdade de carro. Fui colocar meu carro na garagem e percebi que minha perna falhou. Então eu comecei a perder a força na rampa da garagem e não consegui controlar, tanto que bati o carro na parede e eu não conseguia controlar minhas pernas”.
“Chamei um garoto de uns 12 anos, acho, que passava em frente da minha casa e perguntei desesperada se ele sabia dirigir. Ele respondeu que sim e pedi para ele me levar para o hospital, onde constataram que era outro AIT. O menino ficou na porta do hospital esperando notícias minhas, foi um fofo”, completou.
Esse segundo AIT deixou sequelas significativas. Carolina lembra que teve perda motora e precisou usar muletas por meses.
“De fato, os dois AITs foram resultados de intensas crises de dor”, lamentou.
Atualmente, Carolina segue internada na Santa Casa de Alfenas, onde passa por uma série de protocolos gratuitos sob a responsabilidade do médico Carlos Marcelo de Barros, na tentativa de diminuir as dores.
Como era a vida de Carolina Arruda antes de se tornar a jovem com a ‘pior dor do mundo’
Revelações
Na última semana, Carolina Arruda, de 27 anos, decidiu contar sobre uma série de abusos, ameaças e agressões vividas antes de ser diagnosticada com a neuralgia do trigêmeo, considerada pela medicina como a doença com a “pior dor do mundo”. As revelações foram feitas em vídeos publicados em rede social.
Além da tentativa de abuso sofrida por um vizinho em 2020, ela também relatou que na infância, foi abusada sexualmente por um familiar, que a ameaçou para mantê-la em silêncio. Esse trauma a fez se isolar da família e sofrer com dores de cabeça e desmaios, que foram inicialmente tratados como enxaqueca emocional.
Aos 13 anos, Carolina começou a namorar um jovem. O relacionamento trouxe uma nova onda de abusos, desta vez físicos e psicológicos. Aos 16 anos, Carolina engravidou. O parceiro a pressionou para abortar, mas ela decidiu manter a filha.
Carolina Arruda sempre foi apaixonada pelos animais
Carolina Arruda/Arquivo Pessoal
Durante a gravidez, Carolina Arruda contraiu dengue e começou a ter crises severas de dor. A busca por um diagnóstico correto levou quatro anos, com muitos médicos descartando neuralgia do trigêmeo devido à sua idade.
No final da gravidez, descobriu que o namorado da época a havia traído e engravidado outra pessoa. Após o nascimento da filha, ele se afastou, deixando Carolina desamparada.
Com o tempo, a jovem foi ficando cada vez mais doente e tendo crises de dor. Ela conta que chegava a desmaiar e, em algumas situações, derrubava a filha recém-nascida, o que se tornou perigoso.
A avó de Carolina, que é bisavó da criança, propôs criar o bebê até que a jovem estivesse bem o suficiente para voltar e buscá-la. Carolina aceitou a proposta, mas junto veio o sentimento de culpa.
Atualmente, a filha dela tem 10 anos e permanece vivendo na casa da bisavó. Há cerca de três anos, Carolina Arruda se casou com Pedro Leite, que convive de perto com as limitações causadas pela doença e acompanha a esposa no tratamento.
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