Indústria em Formiga vendia para outras cidades de Minas Gerais, além de São Paulo, Brasília e Bahia. Entre os materiais encontrados no local, estavam ingredientes de procedência duvidosa, como açúcares refinados e chocolates granulados. Polícia descobre fábrica clandestina de suplementos em Formiga
A fábrica clandestina de suplementos alimentares e fitoterápicos fechada durante uma operação da Polícia Civil em Formiga, no Centro-Oeste de Minas, funcionava sem qualquer controle sanitário, mas prometia qualidade, preços imbatíveis e alta lucratividade para os revendedores.
Segundo a polícia, a empresa movimentou valores milionários ao distribuir os produtos para supermercados, academias, lojas de produtos naturais e farmácias de diversas regiões do Brasil.
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Entre os materiais apreendidos no local, estavam ingredientes de procedência duvidosa, como açúcares refinados e chocolates granulados. Muitos itens estavam com prazo de validade vencido, e rótulos falsificados informavam, de maneira enganosa, que os suplementos eram seguros até mesmo para diabéticos.
Ao todo, 14 funcionários trabalhavam na fábrica, sendo a maioria sem treinamento adequado para a manipulação de suplementos. Alguns trabalhavam descalços. Relatos deles indicam que a empresa já havia sido interditada anteriormente pela Vigilância Sanitária, mas continuava operando de forma clandestina.
Fábrica clandestina em Formiga divulgava produtos nas redes sociais
Polícia Civil/Divulgação
As investigações apontam que a fábrica fazia divulgação nas redes sociais, incentivando comerciantes a revenderem os suplementos.
“Vendendo a preço abaixo do mercado, o empresário se interessa e repassa no valor normal e o lucro só aumenta. Eles enganavam as pessoas e colocavam a saúde de milhares de pessoas em risco”, disse o delegado Emmanuel Robson Gomes.
Produtos eram fabricados sem nenhuma fiscalização ou rigor técnico
Polícia Civil/Divulgação
O casal proprietário da fábrica ainda não se apresentou à polícia e pode ter a prisão preventiva decretada a qualquer momento. Caso sejam presos, poderão responder criminalmente por dois crimes previstos no Código Penal:
Falsificação e adulteração de produtos alimentícios – Pena de 8 a 12 anos de prisão.
Falsificação e adulteração de produtos para fins terapêuticos ou medicinais – Pena de 10 a 15 anos de prisão.
A Polícia Civil, o Ministério Público e a Vigilância Sanitária trabalham para rastrear os pontos de venda e recolher os produtos das prateleiras antes que mais consumidores sejam prejudicados.
Ainda conforme o delegado, a investigação também vai apurar se algum revendedor que adquiriu os produtos sabia do esquema clandestino.
“Estamos diante de um esquema criminoso que lucrou milhões à custa da saúde das pessoas. Vamos garantir que esses produtos sejam retirados do mercado e que os responsáveis sejam punidos”, afirmou Gomes.
Remédios fitoterápicos apreendidos
Polícia Civil/Divulgação
Como a fábrica foi descoberta
A investigação começou após a denúncia da mãe de um ex-funcionário da fábrica, que foi demitido sem receber seus direitos trabalhistas. A mulher enviou imagens do local ao delegado Emmanuel Robson Gomes, que percebeu graves irregularidades na produção.
“A qualidade do material produzido era insalubre. Pessoas de chinelo, sem luvas, chutando caixas. Achei muito estranho e procurei a Vigilância Sanitária para verificar a situação”, relatou.
Após confirmar que a fábrica já estava interditada, a Polícia Civil organizou uma operação conjunta para inspecionar o local.
“Nos deparamos com uma estrutura gigantesca de produção em um ambiente sujo, que não condiz com a qualidade esperada dos produtos que fabricavam”, afirmou o delegado.
Fábrica clandestina em Formiga
g1 Centro-Oeste de Minas
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Fábrica clandestina de suplementos fechada em MG prometia qualidade e preços imbatíveis para os clientes
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