Vinícius Soares Garcia, natural de Divinópolis, foi morto a facadas dentro do próprio apartamento na capital. Suspeito, de 30 anos, foi preso em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil. O médico Vinícius Soares Garcia foi morto em Belo Horizonte
Reprodução/Facebook
“Temos muitas perguntas e também a certeza de que ele foi morto covardemente”, disse a irmã do médico Vinícius Soares Garcia, de 31 anos, assassinado a facadas no sábado (22) em Belo Horizonte. Angela Garcia Soares é de Divinópolis onde o irmão também nasceu e, ao g1, ela disse estar intrigada com a versão do suspeito de 30 anos, preso em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil.
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Em entrevista, Angela enfatizou que está confiante no trabalho da Polícia Civil. Ela ainda falou sobre como o irmão era, sua personalidade e sua rotina em Belo Horizonte.
“Nada vai trazer meu irmão de volta, mas não aceitamos que coloquem à prova a integridade dele. Nossas perguntas são infinitas, tem muito a ser esclarecido e a polícia vai fazer isso por nós. Vinícius foi brilhante, inteligente, sempre teve muita empatia, sempre foi muito humano. Claro, jamais merecia essa morte. Estamos batalhando para esclarecer tudo”, disse a irmã.
Assim que souberam do ocorrido, familiares se deslocaram para Belo Horizonte onde tiveram acesso ao depoimento do suspeito preso, e à descrição das imagens das câmeras de monitoramento do prédio onde Vinícius morava.
“Contestamos toda a versão do suspeito. Meu irmão já vinha repostando encontros e presentes recebidos dele há pelo menos dois meses e não há apenas 15 dias. Sobre a luta corporal que ele diz ter ocorrido, impossível acreditar nisso diante de 29 movimentos repetitivos de facadas, sendo oito delas nas costas. Ninguém onde ele morava ouviu, a síndica quando foi acionada e acompanhou a polícia até a casa do meu irmão também não soube e não ouviu nada. Como uma luta corporal ocorre em silêncio? E se a própria Polícia Civil já nomeou o crime como homicídio por motivo fútil, como a versão dele pode ser verdadeira?”, questionou.
Dividida entre a dor e as dúvidas, a família realizou o sepultamento de Vinícius neste domingo (23) em Divinópolis e na manhã desta terça-feira (25) irá a Belo Horizonte acompanhar as investigações da Polícia Civil que seguem.
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Quem era Vinícius?
Vinícius Soares Garcia tinha 31 anos, nasceu em Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, era médico formado pela Universidade Federal da Minas Gerais (UFMG) e fazia doutorado na mesma instituição.
Após se formar em Belo Horizonte, ele retornou para Divinópolis e trabalhou no Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD). Ele também trabalhou em um hospital de Bambuí e em outras regiões de MG até retornar a Belo Horizonte.
Na pandemia trabalhou na linha de frente e na área científica tem várias pesquisas publicadas, inclusive artigos internacionais.
Informações no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), escritas pelo próprio Vinícius, ele era graduado pela Faculdade de Medicina da UFMG, mestre (2022) e doutorando em ciências fonoaudiológicas, linha de pesquisa Saúde Funcional em Linguagem, Audição e Equilíbrio, também pela UFMG.
Ele atuava no âmbito clínico como médico plantonista nos serviços de urgência e emergência e terapia intensiva, e trabalhou em hospitais de grande porte, e ainda em parceria com fonoaudiólogas no tratamento clínico de distúrbios auditivos e pesquisas em audiologia.
O corpo dele foi velado e sepultado, neste domingo (23), em Divinópolis.
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Onde e quando o crime aconteceu?
O médico foi assassinado a facadas no apartamento onde ele morava, neste sábado (22), na Avenida Augusto de Lima, no Centro de Belo Horizonte.
Quem estava no apartamento?
De acordo com depoimento dado pelo suspeito, de 30 anos, e registrado no boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), ele e o médico estavam com mais duas pessoas no imóvel, mas o homem não especificou quem seriam elas.
Como o médico morreu?
A perícia constatou que o médico sofreu 10 perfurações no peito, uma no rosto, três na mão esquerda, uma na mão direita, seis na cabeça e no pescoço e oito nas costas.
Quem é o suspeito do crime?
O suspeito, cujo nome não foi divulgado, foi internado no Hospital Espírita André Luiz, um hospital psiquiátrico em Belo Horizonte, com cortes na cabeça e no peito, lesão no pescoço e hematomas.
Ele ficou sob escolta policial e, neste domingo (23), após receber alta, foi levado para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
O que o suspeito alegou à polícia?
No hospital psiquiátrico, ele disse à polícia que havia conhecido o médico havia 15 dias.
Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito falou que passou a noite de quinta-feira (20) e a sexta-feira (21) na companhia do médico e mais outras duas pessoas.
Ainda segundo a versão do suspeito, Vinícius não o deixava sair do apartamento e estaria ameaçando-o com uma faca. Ele disse que entrou em luta corporal com o médico, tomou a faca e desferiu golpes contra ele. Ao perceber que a vítima tinha caído, tentou se matar.
Após o crime, o suspeito foi ao consultório de um psiquiatra, que diagnosticou um quadro de surto psicótico com ideação delirante. O médico entrou em contato com os familiares do homem e indicou que ele fosse encaminhado ao Hospital Espírita André Luiz.
O que diz a Polícia Civil?
Em nota, a Polícia Civil informou que a perícia e investigadores foram ao local do crime para identificar e coletar vestígios.
O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal Dr. André Roquette e passou por exames e, em seguida, liberado a parentes.
O suspeito foi internado por parentes em um hospital. Ele tinha ferimentos e cortes provocados aparentemente por faca. Em seguida, foi levado ao Ceresp.
Ele declarou à polícia que foi abusado sexualmente e drogado pela vítima, com a qual mantinha um relacionamento há poucos dias.
Foi dada voz de prisão em flagrante delito pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil.
A polícia não deu informações sobre eventuais análises de câmara de segurança ao longo da investigação.
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