Mulher foi presa em flagrante, mas foi solta em seguida. Aluna disse que foi empurrada pela servidora, que, apesar de ter pedido desculpas, foi até outra funcionária e disse: “Eu aqui trabalhando cansada e tenho que pedir desculpa para essa macaca”. O caso aconteceu em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Suspeita de racismo em escola estadual em Divinópolis é presa
A Polícia Civil indiciou a funcionária de uma escola em Divinópolis que chamou uma estudante que estava na fila da merenda de “macaca”. A mulher de 54 anos foi presa em flagrante e chegou a ser encaminhada para o Presídio Floramar, mas foi solta em seguida. O motivo não foi divulgado.
O caso aconteceu na Escola Estadual São Francisco de Paula na última terça-feira (18), mas só foi divulgado nesta sexta (21). Ela foi demitida após o ocorrido.
Segundo o delegado responsável pela investigação, Thiago Albuquerque, a servidora poderá ser responsabilizada criminalmente por injúria racial.
“O procedimento já foi finalizado e encaminhado à Justiça. Houve indiciamento da investigada pelo crime de injúria racial e, após a devida ação criminal, ela poderá ser responsabilizada com uma pena de até cinco anos de reclusão”, disse.
O nome da mulher não foi informado, por isso o g1 não conseguiu contato com a defesa dela.
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Fato ocorreu na fila da merenda
De acordo com a Polícia Militar (PM), os policiais foram chamados na escola, que fica no bairro Icaraí, onde a aluna, de 17 anos, contou que estava na fila para pegar merenda e a servidora pública, a empurrou.
Ainda segundo a PM, a adolescente questionou a mulher porque ela não pediu licença. Diante disso, a servidora se desculpou. Mas a profissional foi até uma colega de trabalho e disse:
“Eu aqui trabalhando cansada e tenho que pedir desculpa para essa macaca”.
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Servidora foi demitida
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informou que a direção da escola tomou todas as medidas cabíveis e a servidora foi demitida após o ocorrido. A secretaria também destacou que repudia veementemente qualquer ato de racismo e discriminação.
Ainda em nota, a SEE/MG destacou que a “educação deve ser um espaço de respeito, diversidade e igualdade” e que trabalha continuamente para reforçar políticas e ações que promovam esses valores nas escolas da rede pública estadual.
Por fim, a secretaria disse que segue acompanhando o caso de perto e prestará todas as informações necessárias para garantir que os devidos encaminhamentos sejam realizados de forma célere e eficaz.
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Funcionária de escola pública que chamou estudante de ‘macaca’ é indiciada por injúria racial
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