Ação dos alunos de medicina é coordenada pela endocrinologista Aisha Aguiar e busca embasar a criação de políticas públicas específicas para esse público. Uma pessoa segura bandeira do movimento trans
Brendan McDermid/Reuters/Arquivo
Oito pesquisadores acadêmicos do curso de medicina, da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), campus Dona Lindu, no Centro-Oeste de Minas, iniciaram a execução de um projeto que visa mapear demandas em saúde da população transgênero em Divinópolis e região.
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A ação, que está em fase de coleta de dados, ocorre sob supervisão da endocrinologista Aisha Aguiar. Veja como participar da pesquisa.
Hormoniotarapia
Segundo os idealizadores do projeto “Hormoniotarapia”, a principal expectativa é estimar o número de pessoas transgênero no município.
A pedido do g1, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou que tem uma estimativa, por base na Atenção Primária, de que no município sejam ao todo, 158 indivíduos trans, sendo 77 homens e 76 mulheres. Mas o grupo acredita que esse número seja ainda maior.
“Percebemos em nossas práticas e vivências nos serviços de saúde em Divinópolis, pois notamos uma reduzida procura por atendimentos em saúde e adesão aos tratamentos da população trans. Ao pesquisarmos mais sobre a temática, notamos uma escassez de estudos sobre o tema. Um dos poucos que encontramos identificou 1,9% da população brasileira como transgênero. Ao aplicarmos à população divinopolitana, estimada em 242 mil pessoas, supõe-se que há mais de 4.600 pessoas trans no município”, declarou a pesquisadora do projeto e estudante de medicina, Nathália Bahia.
O grupo também vai tentar conhecer as atuais formas de cuidados em saúde das pessoas trans e elencar profissionais para uma possível equipe multidisciplinar que poderá atender as demandas da população transgênero na cidade e na região.
“O projeto parte justamente da importância da inclusão desses indivíduos, que muitas vezes se encontram em situação de maior vulnerabilidade social, nas políticas públicas de saúde, no âmbito do SUS”, declarou a supervisora Aisha Aguiar.
Como participar do projeto?
Segundo o grupo acadêmico, para participar do projeto é necessário se identificar como pessoa trans binária ou não binária, ter mais de 18 anos, ter vínculo empregatício ou estudantil, além de morar em Divinópolis e fazer acompanhamento em saúde no município há pelo menos três meses.
As pessoas interessadas em participar do projeto poderão preencher o questionário pela internet.
“O sigilo é garantido, uma vez que os participantes não são identificados pela pesquisa. O questionário poderá ser acessado no Instagram oficial da pesquisa @acolhetransdivi. Esperamos que os dados colhidos possam evidenciar as necessidades dessa população marginalizada e embasar políticas públicas e a criação de um serviço multiprofissional no município direcionados a esse público”, disse Nathália.
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Projeto acadêmico da UFSJ quer mapear demandas de saúde das pessoas trans em Divinópolis e região
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